Início » Mataram Wolinski. E se tiver sido mesmo Maomé?

Mataram Wolinski. E se tiver sido mesmo Maomé?

Ei você! Fale comigo! Trago algumas dúvidas em meu coração. Perceba, sou puta com a sociedade. E com o governo, por tabela. Acho que, num mundo ideal, seríamos todos evoluídos, livres de sentimentos pequenos, e viveríamos, cada família, em uma casa viking, auto-suficiente.

O convívio social não precisaria de regras impostas. Faríamos nossas próprias regras, senhores de nossos contratos sociais. Confiaríamos no bom-sendo das pessoas. Sonhar não custa nada.

Focando nessa utopia, não acho justo ir embora da minha cidade, do meu país, da minha comunidade, abandonar o lugar que eu deveria consertar, para ir viver onde já está tudo arrumado. Ficar aqui, buscar conhecimento, resistir e ocupar, é meu dever moral.

Há uma guerra eterna do “estado islâmico”(posso chamar assim?), da qual não temos acesso a informações o suficiente, que fala em partes sobre isso. Acreditar que a guerra é fruto exclusivo de uma religião, é ser muito ingênuo! Há uma grande massa de pessoas que ainda acredita nisso, mas e os líderes delas? Do que eles sabem? O que eles escondem? É esse o terceiro segredo de Fátima?

Há um interesse da França em evitar grandes quantidades de islâmicos, muçulmanos e árabes em seu território? Creio que sim. É preconceito? Talvez pós-conceito, uma vez que a Faixa de Gaza tá ali do lado, com um histórico não muito agradável. “Ah mas nem todo muçulmano é terrorista!” Okay, experimente colocar milhares deles num país supostamente democrático. A maioria vence. Querem todas as mulheres usando burca, pra ontem. E agora?

Perceba, é um direito da França, defender a sua cultura. “Ah, mas o jornal incentiva um discurso de ódio.” Eu vou postar no meu facebook assim: “Matem todos os machistas!” Se alguém matar, terá sido culpa minha? Fui eu que plantei o ódio ali? Porque então, quando eu digo: “Matem todos os cachorrinhos!”, ninguém mata? Eu tenho medo de cachorro! Eles são agressivos! Matem todos!

Acho que todo mundo tem direito de falar o que quiser, mas tem que ter maturidade de ouvir também. Temos um exército religioso que mata pessoas por pura ignorância. Como vamos tratar tantas pessoas nessa condição? Como vamos fazê-las ver que elas precisam rever seus conceitos?

Durante toda a historia da humanidade, quem fez isso foram os artistas. O poder está nas mãos deles, mas não como “formadores de opinião” de facebook. Como forma de arte mesmo. Com a construção de um mundo ideal e utópico através da arte. Um mundo que se deva buscar.

O que os chargistas do Charlie faziam? Usavam bom humor e ironia pra mostrar que o ódio islâmico é fraco e destrutivo. Nem todo o discurso islâmico é de ódio. Nem todas as mensagens contidas em uma única charge são agressivas. Eles estão cumprindo seu papel social de buscar a paz. De construir um mundo ideal.

“Ah mas isso gera um discurso de ódio contra os islâmicos”. Ou será que isso está construindo uma imagem de mundo ideal, onde as pessoas riem de suas diferenças? Quem alimenta ódio a partir disso, alimenta ódio a partir de um boato sobre uma caixa de cereal também. Ou um boato de um travesti com uma seringa numa esquina. Tráfico de rins. E-mails que vão dar dinheiro para meninas de 3 cabeças na Tanzânia.

O problema não está na construção do artista, está no ódio em cada ser humano. Vamos parar de produzir aspirações de um mundo ideal, porque existem pessoas que não conseguem vê-las??? Vamos impedir as pesquisas com células-tronco porque menino jesus quis??? Vamos mesmo ter que parar o mundo porque você quebrou uma unha?

Mate o seu ego primeiro. Alimente seu senso-crítico. Construa sua visão global. Há quem veja ódio, há quem veja amor. A beleza está onde?

“Quer ser o melhor? Vai ser o melhor pra tua comunidade!”

https://www.youtube.com/watch?v=oI4_WX77zf4

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *